DISSE JESUS: O REINO DE DEUS É
ASSIM COMO
SE UM HOMEM LANÇASSE A SEMENTE
À TERRA.
MARCOS 4.26
CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA
APOSTILA BÁSICA DE BIBLIOLOGIA
ROGÉRIO MAIA DA SILVA, B.T.
2016
ÍNDICE
Ementa
|
............................................................
03
|
Objetivos
|
............................................................
03
|
Conceito de Bibliologia
|
............................................................
04
|
Definições Essenciais
|
............................................................
04
|
Tradição Oral
|
............................................................
07
|
Os primeiros Textos Bíblicos
|
............................................................
09
|
Conteúdo e Aplicação dos Textos Bíblicos
|
............................................................
11
|
Interpretação Bíblica
|
............................................................
12
|
Nomes de Deus e a Revelação Bíblica
|
............................................................
15
|
Divisão e a Ordem dos Livros Bíblicos
|
............................................................
17
|
Antigo Testamento
|
............................................................
17
|
Período
Intertestamentário
|
............................................................
20
|
Novo Testamento
|
............................................................
22
|
Alianças de Deus
|
............................................................
24
|
Cânon Bíblico
|
............................................................
25
|
Como Ler e Utilizar a Bíblia
|
............................................................
26
|
Bibliografia
|
............................................................
29
|
EMENTA
A Bibliologia
é uma disciplina essencial ao curso teológico básico, médio, e grau superior. Sua matéria contém conceitos essenciais sem os
quais não seriamos capazes de dar a devida atenção à Bíblia Sagrada. Quanto ao
conteúdo programático apresenta assuntos sobre revelação, inspiração, iluminação, inerrância,
tradição oral, conteúdo e aplicação dos textos bíblicos, interpretação, nomes
de Deus, divisão e a ordem dos livros bíblicos no AT e NT, intertestamento,
alianças, Cânon da Bíblia e, como ler e utilizar a Bíblia crendo ser ela
totalmente confiável e fiel.
OBJETIVOS
Ø Os alunos deverão identificar a Bíblia como sendo a
Palavra de Deus.
Ø Criar laços com a Bíblia de forma a recebê-la com
totalmente confiança, dignidade e zelo sagrado.
Ø Cumprir o desejo de Deus revelado em sua Palavra
através de uma conduta e fé cristã coerente.
Ø Conhecer o básico sobre a Bíblia para uma melhor
orientação pessoal e de outros.
“Lâmpada
para os meus pés é a tua Palavra e, luz para os meus caminhos.”
Sl
119.105.
CONCEITO
DE BIBLIOLOGIA
A
Bibliologia é uma disciplina pertencente à Teologia Sistemática responsável
pelo estudo das Escrituras Sagradas. Sua doutrina e estudos pretendem entender que
tipo de livro é a Bíblia e qual é a sua origem. Verifica seu fundamento e
autoridade para fé e para prática do cristianismo. Etimologicamente, “logia” - estudo
+ “biblia” do
grego - livros, rolos.
DEFINIÇÕES
ESSENCIAIS
Revelação
– Um desvendamento. Ato de desvendar,
de descobrir. Inclui tanto o ato como o conteúdo resultante desta revelação. Portanto,
Deus ao se revelar ao homem o fez de forma progressiva quanto à Sua comunicação,
mensagem e pessoa. Os meios ou veículos de sua revelação são:
a)
A natureza –
Tudo que conhecemos hoje sobre a natureza, o Homem, o cosmos e a relação entre eles,
revelam a sabedoria, poder, majestade, e domínio de Deus. Gn 1.1; Jó 26.7; Sl
19; Rm 1.18 a 21; e outros.
b)
A preservação
de tudo – “Ele existe antes de tudo o que há, e nele todas as
coisas subsistem.” Cl 1.17.
c)
Providência
divina – “Estamos certo de que Deus age em todas as coisas com
o fim de beneficiar todos os que o amam, dos que foram chamados conforme seu
plano.” Rm 8.28.
d)
Intervenção
direta de Deus – Isto é o mesmo que dizer “os milagres de Deus”. Ex 17.5; Jo
2.11.
e)
Comunicação
direta – Gn 3.8 a 10; At 22.17 a 21 e outros.
f)
A Bíblia – A
Bíblia é a revelação inerrante de Deus. Nela temos a vontade, a mente, pessoas
e planos de Deus. Através da Palavra escrita tomamos conhecimento dos anjos,
demônios, céu, inferno, justiça, juízo, salvação, perdição e muito mais. João 3.16
é a mensagem central da Bíblia e revela o amor e a principal vontade de Deus.
g)
Cristo –
Jesus Cristo, o filho de Deus, é o ápice da revelação da Pessoa divina do Pai.
Pois em Cristo vemos a glória, obras, vontade e pessoa de Deus. Jo 5.19 e 20;
14.8 e 9.
Inspiração –
Inspiração é a supervisão de Deus sobre os autores humanos da Bíblia. Quando
Deus usou seus profetas e soprou sobre eles sua revelação, respeitou suas
personalidades, estilos e grau de instrução. Quando eles redigiam e registravam
a Palavra de Deus, o faziam sem erros nos autógrafos originais. Hoje não
existem mais os originais das Escrituras, mas cópias fiéis dos mesmos. Portanto
a Bíblia que temos hoje é inspirada, mas não está isenta de erros de grafia dos
copistas (troca de letras, omissão e repetição de letras). Contudo, estes erros
humanos jamais comprometeria a revelação divina, pois ela é inerrante, veja em 2ª
Tm 3.16 e 17. Também, em 2ª Pe 1.20 e 21, temos a expressão grega “theopneustos” soprado por Deus. Existem
várias teorias sobre a Inspiração, mas a três principais estão entre os
conservadores:
a)
Teoria do Ditado Verbal ou Mecânica –
Este posicionamento afirma que cada palavra, até mesmo a pontuação, é ditada
por Deus. Um exemplo seria os dez mandamentos. O ponto fraco desta teoria é que
desta forma a personalidade, estilo e grau de instrução do profeta seriam
anulados o que não acontece na Bíblia. Também, se assim fosse a Bíblia jamais
poderia ser traduzida, pois toda tradução possui uma interpretação para adequar
a realidade do novo idioma.
b)
Teoria do Conceito Inspirado ou dinâmico – Este
posicionamento defende que Deus deu pensamentos aos homens e mulheres que escolheu.
A partir deste ponto os deixou direcionados pelo Espírito Santo, (o mesmo que
lhes soprou os pensamentos) para que registrassem em suas próprias palavras o
que recebeu. O ponto franco está em humanizar a Bíblia ao contrário da Teoria
do Ditado que deifica os aspectos humanos. Contudo esta Teoria do Conceito equilibra
o extremismo da anterior.
c)
Teoria do Conceito Verbal e de
Inspiração Plena – Este posicionamento explica que todas as
palavras escritas são inspiradas por Deus. “verbal” palavras e “plena” inteiro.
Ou seja, Deus deu completa expressão aos seus pensamentos registrados na
Bíblia. Para que isto seja entendido, Deus guiou a escolha das palavras que os
escritores usaram de acordo com o contexto cultural que viviam sem anular suas
personalidades ou estilos. De uma forma
maravilhosa a Bíblia é a Palavra de Deus escrita com palavras humanas. Esta
Teoria é a mais aceita. Êx 17.14; Jr 30.2; Mt 5.17; 15. 4; Jo 10.35; At 28.25;
1ª Co 2.13; 1ª Tm 5.18; 2ª Tm 3.16; 1ª Pe 1.11 e 12; 2ª Pe 1.20 e 21; 3.16.
Iluminação – Trata-se de uma obra
constante do Espírito Santo sobre a humanidade. Em particular na vida do crente
em Deus auxiliando na interpretação e compreensão da revelação, principalmente
nas Escrituras com fins de leva-los à crença e obediência. A iluminação
acontece mediante a fé e corrobora para o assentimento ou aceitação intelectual
das proposições bíblicas levando a vontade humana a se render, confiar e
obedecer a Cristo. Quando lemos as Escrituras o Espírito Santo nos ilumina o
texto e o trona claro e aplicável à nossa realidade como foi aos irmãos do
passado.
Inerrância – Trata-se de uma idéia recente
de que a Bíblia não possui erros. Dizer que a Bíblia não possui erros é o mesmo
que afirmar nossa confiança na autoridade das Escrituras como Palavra de Deus.
Seus relatos, conceitos, essências, em fim, tudo que nela está escrito ao
revelar a vontade de Deus, não possui erros. Principalmente, quando ela informa
ao homem sua necessidade de buscar um meio de salvação e lhe apresenta este
meio sendo o próprio Deus, na pessoa de seu filho Jesus.
Contudo, há divergências entre teólogos, pois
alguns eruditos entendem que a Bíblia é completamente precisa em tudo,
inclusive no que ensina sobre outros assuntos (ciência, história, usos e costumes).
Mas é preciso discernimento, pois ela não é. Aqui cabem explicações:
1. A
Bíblia não tem a pretensão de ser um compêndio de ciências: os fatos
científicos registrados estão passivos a novas descobertas. Um exemplo disto é
que ao passar do tempo descobriu-se que a terra não era um disco com uma redoma
em cima e uma janela no céu como afirmava o salmista, mas um globo celeste
atraído pelo sol.
2.
As Escrituras relatam fatos históricos que
se vale de observadores com pontos de vistas limitados, que embora cheios do
Espírito Santo, os autores vão relatar apenas o que viram e entenderam. Neste
caso o Espírito santo pinçou na história fatos aprovados e reprovados para
exemplo das gerações futuras. Bíblia não esconde as falhas humanas e suas
consequências.
Mas lembremos de que a limitação humana nunca anulará
qualquer parte das Escrituras. Vejamos algumas provas da inerrância:
a) O
caráter de Deus – Is 40.8; Jo 17.3; Rm 3.4; 11.36; 1ª Pe 1.25; 1ª Jo 1.5.
b) Ratificação
de Cristo – Mt 5.17; 24.35; Mc 12.24.
c)
Palavras em específico – Ex. Gn 3.15; Gl
3.16. (herdeiro)
Unidade
Bíblica - Considerando o tempo gasto para escrever toda a
Bíblia, que foi cerca de aproximadamente 1500 - 1600 anos e; considerando o número
de aproximadamente 40 autores (as), pessoas que viveram em lugares, épocas e
contextos históricos diferentes; a palavra de Deus é um milagre. Seus 66
livros apresenta perfeita harmonia, que além de ser milagrosamente coerente, a
Bíblia tem o poder de alcançar quaisquer povos de diferentes épocas e costumes
em qualquer lugar.
TRADIÇÃO
ORAL
É sabido entre nós que a escrita é
uma invenção bem mais tarde que o surgimento da humanidade. E para que as
pessoas perpetuassem os fatos mais importantes era preciso manter uma tradição
oral que passava dos pais para os filhos. Quando Deus chamou Abraão a escrita
já havia começado com símbolos, desenhos e gravuras temáticas (hieróglifos). O
pouco que se sabe dos escritos daquela época são fragmentos de ruínas das
civilizações antigas. Vejamos o que explica *Pierre Lévy, 1999, acerca
do conhecimento:
Nas sociedades orais a noção de tempo apresentava-se de
forma circular, ou seja, estava centrada na memória humana e na linguagem oral,
e a palavra constituía a estrutura da memória social. Contudo as sociedades
escritas caracterizavam-se pela forma linear de ver a história, na qual a
memória humana já não era o principal dispositivo para armazenar a informação e
o conhecimento, pois com a escrita e a prensa, o saber passou a sobreviver no
papel impresso.
O autor coloca em
dois pontos a percepção do tempo pela humanidade os alinhando ao conhecimento.
O primeiro apresenta uma forma circular onde a memória humana faz o papel de
resgatar os ocorridos históricos e transmiti-los através de uma tradição oral.
Assim podemos deduzir que os fatos que ocorreram na presença dos ancestrais,
sendo muitas vezes eles mesmos as personagens ativas, chegaram aos filhos dos
filhos por contos, ritos, cantos, representações, demonstrações, etc. sendo a
palavra o mecanismo da época para expor as memórias. Uma repetição de antigas e
novas informações memorizadas dentro de um grupo social demonstrando uma idéia
circular. O problema com a forma circular é a experiência pessoal de quem
conta o fato, pois imprime sua emoção, ponto de vista e limitações. Na obra de Diego Arenhoevel com o
título, Assim se Formou a Bíblia (1978), das Edições Paulinas; deslumbra-se um
processo semelhante de construção das Escrituras a partir de uma tradição oral,
vindo mais tarde a escrita com suas muitas influências sofridas dos idiomas dos
povos. Nesta mesma obra encontramos um comentário importante que dá maior
sentido aos estudos da Bíblia, vejam:
Quanto mais diferente é o “comprimento de onda” entre o
transmissor e o receptor, tanto mais difícil se torna a compreensão. Por isso é
que hoje os estudiosos da Bíblia devem fadigosamente transpor a distância entre
o escritor e o leitor da Bíblia.
O Segundo ponto de
Lévy mostra as sociedades com o domino da escrita, cuja forma de percepção da
história ou tempo foi convertida para linear. Uma linha temporal
informativa e descritiva de fatos, agentes e testemunhas arroladas. Este
momento da humanidade foi e ainda é crucial para cruzar histórias de povos
distintos e confirmar fatos com possíveis datações. Neste caso fica claro que
não se tratava de um resgate da memória para compreensão do tempo, mas também das
memórias escritas ao longo do tempo.
Deus chama Moisés e mantém um relacionamento com
ele face a face. Em um destes momentos de comunhão Moisés recebe duas
tábuas de pedra escritas, eram os Dez Mandamentos. Em continuidade, o servo de
Deus continuou organizando e escrevendo os cinco primeiros livros do Antigo
Testamento – AT, possivelmente em pergaminhos de papiro, couro de cabra,
cerâmica e/ou madeira. É fácil entender que Moisés sabia muito sobre a criação
através da tradição oral vinda de seus pais verdadeiros, mas em contato direto
com Deus, foi Inspirado a escrever acertadamente tudo o que era útil às
gerações futuras. Deus por sua vez pinçou e filtrou todo o saber de Moisés, lhe
acrescentando o que faltava. Isto foi necessário porque Moisés também havia
aprendido muitas idéias egípcias que nada tinha haver com os fatos verdadeiros
da criação e relacionamento do verdadeiro Deus com os patriarcas. Também,
quanto às regras sociais, Leis e outros pormenores, alguns já praticados no
Egito, e que mais tarde no deserto do Sinai fizeram parte do estatuto de
Israel, precisaram ser peneirados por Deus para só depois Moisés escrevê-las. Portanto
a sociedade antes da escrita concentrou sua história na memória humana e na linguagem
oral, e a palavra constituía a estrutura da memória sócia até
a escrita fazer parte definitiva dos povos.
* Obra Cibercultura, 1999; Rio de Janeiro -
editora 34. Pierre Lévy nasceu no dia 2
de julho de 1956, na Tunísia,
país do norte da África que na época era colônia da França, em uma família judia. Tem formação na sociologia e
filosofia e pesquisador em ciência da informação e da comunicação e estuda o
impacto da Internet na sociedade, as humanidades digitais e o virtual.
OS
PRIMEIROS TEXTOS BÍBLICOS
O
primeiro livro da Bíblia é datado em 1450 – 1410 a. C (antes de Cristo) e o
último 90 d. C. (depois de Cristo), aproximadamente. Um total de mais ou menos
1500 - 1600 anos para ser produzida de Gênesis a Apocalipse. Neste período Deus
usou cerca de 40 autores (as) que viveram em lugares, épocas e costumes diferentes.
Ainda assim a Bíblia é uma coleção de Escritos Inspirados de exatidão notável.
Ela possui mensagens cuja comunicação forma uma unidade com o todo. Os livros,
hinos e cartas são de coerência absoluta ao ponto da própria Bíblia explicar a
Bíblia. Quanto às promessas nela contida, o cumprimento tem sido fiel até o
presente século.
Materiais
usados para escrita da Bíblia
Foram diversos os materiais
utilizados para o registro da Bíblia.
v Rochas de granito – Do
Sinai monte ou Horeb, (cordilheira) com 2.603 metros de altitude. Êxodo 24.12 – “Então,
disse o Senhor a Moisés: Sobe a mim, ao monte, e fica lá; dar-te-ei tábuas de
pedra, e a lei, e os mandamentos que escrevi, para os ensinares”.
v Argila – Escrevia-se em tabuinhas de argila fresca e
depois as deixava secar e/ou cozinhar.
v Madeira – Ver o texto de Ezequiel 37.16 - “Tu, pois, ó filho do
homem, toma um pau, e escreve nele: Por Judá e pelos filhos de Israel, seus
companheiros. Depois toma outro pau, e escreve nele: Por José, vara de Efraim,
e por toda a casa de Israel, seus companheiros”.
v Couros – Raspava-se o couro de cabras e outros
animais e escrevia neles com tinhas a base de óleo, carvão, terra e outros
materiais.
v Papiro (Cyperus papyrus) - Trata-se de uma planta aquática que produz touceiras de caules triangulares altos e
flexíveis com catafilos na base, e tufo de folhas aciculares vistosas no ápice.
Encontra-se nativa na África central e do Vale do Nilo e serve para confeccionar
choupanas de obras trançadas e folhas para escrever e/ou pintar, feita de tiras
cortadas dessas hastes, umedecidas e batidas, e geralmente polida após a
secagem. O papiro para escrever foi uma invenção dos egípcios, que foi
largamente usada como principal suporte da escrita na Antiguidade.
https://www.google.com.br/webhp?sourceid=chrome-instant&ion=1&espv=2&ie=UTF-8#q=papiro.
Out/2016.
v Outros materiais –
tecidos bordados, metais, velino (couro preparado para escrita dos dois lados),
etc.
Os materiais mais antigos escritos da
Bíblia foram descobertos em Hibert Qumran em onze grutas entre 1947 e 1952, no
deserto situado no ângulo nordeste do Mar Morto. Nelas estavam os escritos do
AT. Possivelmente registrados por um grupo chamado essênios, entre 150 a. C. e
70 d. C.
CONTEÚDO
E APLICAÇÃO DOS TEXTOS BÍBLICOS
O
principal conteúdo das Escrituras Sagradas é a mensagem do amor de Deus à sua
criação. Ela está retratada em todos os livros de forma velada, tipológica e/ou
explicita. João 3.16 é considerado o ponto central desta mensagem por revelar de
forma clara o amor de Deus, suas intenções e solução para o pecador.
Também, mostra os erros e acertos da humanidade perdida.
Aponta para o salvador providencial e vicário que é Jesus. Denuncia a falidade
da raça humana e sua insuficiência para se salvar. Conduz os crentes na direção
certa e avisa aos descrentes os resultados, julgamentos e juízos de Deus aos
impenitentes.
A história da Criação, o dilúvio, a confusão das línguas,
o chamado e a fé de Abraão, o nascimento de Isaque e seu casamento com Rebeca,
o nascimento de Jacó e seu encontro com o anjo do Senhor, são fatos que apontam
para Deus e seu propósito de salvar a humanidade. Os doze filhos de Jacó, a
escravidão no Egito, a peregrinação no deserto do Sinai, o tabernáculo, as
festas judaicas, a tomada da terra prometida, o subjugar dos povos pagãos, o
tempo dos juízes e reis de Israel, o templo, o cativeiro do Norte e sul do povo
escolhido, a volta de parte do povo para terra prometida, o silêncio de
aproximadamente 300 anos quando não houve palavra inspirada em Israel, são
todos fatos com o mesmo objetivo de revelar a vontade de Deus aos homens e ensinar
sobre o juízo, misericórdia, santidade, caridade, etc.
Quanto à aplicação podemos dizer que
o texto bíblico foi nos dado por Deus para que alcançasse todos os povos em
todos os tempos e lugares com o objetivo claro de revelar Sua pessoa, vontade,
amor, vida, verdade, justiça, salvação, juízo, misericórdia, etc. Nele temos um
manual de vida ético / moral que na prática pode ser executado com a sabedoria
e a prudência adquiridas dos conselhos divinos. O Salmo sapiencial número um
começa explicando que seremos bem aventurados (uteis a Deus, felizes,
satisfeitos) se afastarmos do mal e nos aproximar da Palavra de Deus e nela
meditar dia e noite. Os primeiros capítulos de Provérbios convida o filho a
considerar, amar e ser guiado pela sabedoria revelada na Palavra. O Senhor
Jesus Cristo esclarece para seu povo que eles estavam errando por não conhecerem
as Escrituras que é o poder de Deus para salvar todo homem que nela crê. O
apóstolo Paulo ensinou a Timóteo a utilidade da Palavra de Deus e como ela deveria
ser usada na Igreja. “Tu, porém, permanece naquilo que
aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste e que, desde
a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a
salvação pela fé em Cristo Jesus. Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil
para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça,
a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda
boa obra.” 2 Tm 3. 14 a 17. Além
de conselhos de boa convivência, bons usos, costumes e conversações, a Bíblia
também, norteia o crente a uma vida espiritual segura e sem confusão. “Porquanto
a Escritura diz: Todo aquele que nele crê não será confundido.”
Rm 10.11, veja também Rm 9.33.
Podemos considerar a revelação de Deus como uma luz para
sabermos o que é o mundo espiritual ainda que não seja visto pelos olhos
naturais. Por exemplo: Sem a Bíblia nunca teríamos certeza da existência de
Satanás, que segundo Jesus, vem senão para matar, roubar e destruir. Também,
nunca entenderíamos o caminho do mal se na Bíblia não estivesse registrado o
início do pecado no céu e mundo. Também, acharíamos que tudo vem dos espíritos
malignos, mas Deus ao conversar com Caim, antes que este matasse seu irmão, o
declarou que cumpria dominar o pecado que estava à porta, ou seja, mesmo sem a
interferência de Satanás o homem pode pecar. Somente através das sagradas letras
se deslumbram o passado, o presente e o futuro. E tem-se a certeza da vitória
eterna de Deus.
INTERPRETAÇÃO
A interpretação das Escrituras requer iluminação
do Espírito Santo. Embora, se um homem natural ler a Bíblia com a devida
atenção é certo que ele será acrescentado em seu intelecto, conduta moral e
ética. Mas a Bíblia é muito mais que isto, ela é o poder de Deus para salvar.
Existem diversas formas de ler a Bíblia.
Podemos lê-la com os seguintes focos: Geográfico, profético, genealógico,
sistemático (de Gênesis a Apocalipse), devocional (livros prediletos como os
Salmos), instrutiva, comparativa (ler os evangelhos os comparando), de forma
temática, com postura apologética (defesa da fé), histórica / gramatical,
indutiva, por narrativas, por curiosidade e outras. Não existem regras que
organize a melhor sequencia de leitura bíblica, mas é indicado para a liderança
o foco sistemático e o devocional, os primeiros na ordem de leituras.
Leitura
da Bíblia com o foco sistemático: Esta leitura dará ao líder
uma cósmica visão da revelação de Deus. Deve ser iniciada em Gênesis e terminar
em Apocalipse. Pode ser lido os dois Testamentos juntos, 4 capítulos do AT e 3
do NT, completando a leitura em um ano. É uma leitura obrigatória para qualquer
líder que deseje servir ao Senhor com louvor.
Leitura
da Bíblia com o foco devocional: Esta leitura é a mais
prazerosa e permite que o cristão seja alimentado pelo Espírito Santo todos os
dias. Não existe uma obrigação de capítulos ou livros, antes a leitura será
livre podendo ser vários capítulos ou alguns versículos. O mais importante é que
tenha antes e após a leitura oração e meditação (ruminar – mastigar de novo o
alimento para extrair uma aplicação prática). E sempre que possível marcar
versículos que lhe chamarem mais a atenção e anotar ao lado deles o por quê lhe
chamou a atenção. É assim que nascem os comentários de rodapé.
A interpretação da Bíblia pode ser feita
por qualquer um, mas somente aquele que possui o Espírito Santo poderá chegar à
essência do que Deus quer. Contudo, mesmo tendo a direção certa é preciso
considerar alguns pontos importantes.
1.
Nunca devemos levar para o texto bíblico que
iremos ler o que somos em nossas experiências, cultura e entendimento prévio de
palavras e idéias. Primeiro, porque a realidade vivida no passado tinha um pano
de fundo diferente do nosso. A cultura, o lugar, o sentido dos vocábulos, a
intenção do autor na época que escreveu. Em fim é preciso ter cuidado ou bom
senso para não atribuir ao texto idéias que lhes são estranhas. Segundo, as
palavras podem ser as mesmas, porém seu entendimento muda. Ex. Em Provérbios a
palavra “simples” significa tolo, já no NT o mesmo vocábulo significa simplicidade
ou humildade;
2.
Respeitar a natureza da Bíblia, pois ela é ao
mesmo tempo humana e divina. Ou seja, existe uma dupla realidade a da
historicidade e a da Revelação. Aqui cabe um trabalho exegético ou histórico
que acompanhará nossa fé na revelação. A melhor forma para uma boa
interpretação será uma boa e inteligente leitura da Bíblia, sempre procurando
fazer as perguntas certas ao texto;
3.
Considerar o contexto literal, histórico,
gramatical. Contexto literário é o mesmo que dizer que as palavras do texto só
farão sentido na frase dentro do contexto, ou seja, aquilo que vem ante e
depois da frase. Já o histórico gramatical, vejamos o que diz a obra de Gordon
e Douglas, 1984, Entendes o que Lês? :
O contexto histórico, que diferirá de
livro para livro, tem a ver com várias coisas: a época e a cultura do autor e
dos leitores, ou seja; os fatores geográficos, topográficos e políticos que são
relevantes ao âmbito do autor; e a ocasião do livro, carta, salmo, oráculo
profético, ou outro gênero. Todos os assuntos deste tipo são especialmente
importantes para a compreensão.
4. Um bom
uso de materiais que sejam confiáveis: Dicionário bíblico, enciclopédia
histórico-teológica, atlas geográfico bíblico, Bíblia de referencia com
comentários de autores conhecidos como Mc Nair, Thompson, Charles C. Ryrie,
etc. e outros recursos disponíveis no mercado.
A
Narração Bíblica
O tipo literário
predominante na Bíblia é a narrativa. E como toda narrativa ela possui um
enredo, trama e personagens (sejam eles divinos, humanos, etc.) O propósito do Espírito
Santo em usar a narrativa é mostrar Deus operando na sua criação e entre seu
povo, pois de fato vemos vários quadros providenciais de Deus que interagem na
humanidade e em especial com Israel. As histórias que são contadas falam sobre
o que Deus fez por aquelas pessoas e através delas. Ele é sempre o herói.
Percebemos três planos
narrativos na Bíblia:



NOMES
DE DEUS E A REVELAÇÃO BÍBLICA
Como já comentamos acima, a
revelação de Deus foi progressiva e crescente. À medida que o homem passa a
conhecer um pouco de Deus, este por sua vez lhe revelava mais e mais. O ápice
desta revelação encontra-se na pessoa e obra de Jesus. Jesus mesmo afirmou que
era testemunha do Pai e fazia as obras do Pai. Se quisermos ter uma ideia de
como é o Pai (o Deus invisível e real), Jesus é a imagem mais próxima e perfeita.
Mas como foi esta revelação
pessoal do Senhor?
A
resposta desta questão é o nome. *Para os orientais o nome é muito mais que
apenas uma reunião de letras, antes ele expressa significado do momento,
situações que nasceu a criança, traços da personalidade, uma designação da
coisa por ele (nome) designada. No caso de Deus, temos rocha, água, cura, etc.
Vejamos exemplos dados pelo próprio Deus:
“Depois
destes acontecimentos, veio a palavra do Senhor a Abrão, numa visão, e disse:
Não temas, Abrão, eu sou o teu escudo, e teu galardão será sobremodo
grande.” Gn 15.1.
“Disse
Deus a Moisés: Eu sou o que sou. Disse mais: Assim dirás aos filhos de
Israel: EU SOU me enviou a vós outros.” Êx 3.14. (significa: serei
tudo aquilo que precisarem que eu seja)
“e disse: Se ouvires
atento a voz do Senhor, teu Deus, e fizeres o que é reto diante dos seus olhos,
e deres ouvido aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos,
nenhuma enfermidade virá sobre ti, das que enviei sobre os egípcios; pois eu
sou o Senhor, que te sara.”, Êx 15.26.
Os
nomes com os quais o Senhor se apresenta não exprimem a sua essência divina,
mas também não o diminui diante dos homens. Pois, o objetivo é relacionamento,
ou seja, o infinito se relacionando com o finito, portanto, exprime como Ele se
revela ao povo com o qual se relaciona.
Apesar
do Senhor se apresentar ao seu povo com muitos nomes Ele tinha um específico
que revelava sua essência. Um nome que revelava sua eternidade de eternidade;
força, poder expansivo; Deus; Ser supremo existente por si mesmo; Todo
poderoso. E em relação a este nome que se perdeu ao longo do tempo e da
história, havia adoração, segurança, temor e tremor. Vejamos:
“Como
o teu nome, ó Deus, assim o teu louvor se estende até aos confins da terra; a
tua destra está cheia de justiça”. Sl 48.10.
“Torre
forte é o nome do Senhor, à qual o justo se acolhe e está seguro”. Pv
18.10.
“Não
tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão, porque o Senhor não terá por
inocente o que tomar o seu nome em vão”. Êx 20.7.
“Ó
Senhor, Senhor nosso, quão magnífico em toda a terra é o teu nome! Pois
expuseste nos céus a tua majestade.” Sl 8.1.
Em
nossa matéria de Bibliologia não iremos aprofundar no assunto, mas somente
citar alguns exemplos do nome de Deus:
El, Elohim, Elyon –
ser o primeiro, ser o principal, ser forte.
Elohim é
plural de Eloha – Ser supremo (força, poder expansivo; Deus; Ser supremo
existente por si mesmo ou autoexistente; Todo poderoso).
YHVH (Yahweh) –
Idéia de eternidade das eternidades; Ser eterno. As letras maiúsculas “YHVH”
são consideradas as iniciais do nome de Deus que se perdeu possivelmente por
excesso de zelo dos judeus.
Adonay –
Senhor; o Senhor que julga, governa; Todo poderoso; Altíssimo Deus
transcendente.
Shadday – O
Deus que é autossuficiente; Todo poderoso.
*Extraído da Bíblia com
recursos adicionais. SBU, 2013; págs. 1300 e 1349.
DIVISÃO
E A ORDEM DOS LIVROS BÍBLICOS
Existe mais de uma forma de
dispor os livros da Bíblia, mas por se tratar de um curso básico não veremos as
disposições judaica, católica e outras. Iremos, portanto, nos concentra na
disposição aceita pela reforma protestante. Contudo cabe uma pequena explicação
sobre os livros apócrifos (sem inspiração) contidos na Bíblia católica. Tais
livros não foram inspirados, mas tem grande valor histórico. Eles foram
escritos no período de aproximadamente 400 anos, quando Deus no período
intertestamentário não inspirou textos sagrados. Estes livros foram incluídos
na Bíblia católica logo após a reforma protestante para diferenciar os
protestantes dos católicos.
ANTIGO
TESTAMENTO
Pentateuco
|
|||||
Livro
|
Nome Original
|
Significado mais
Próximo
|
Abrev.
|
Cap.
|
Data Aprox. a. C.
|
Gênesis
|
B’reshit
|
No princípio
|
Gn
|
50
|
1450 -15410
|
Êxodo
|
Sh’mot
|
Nomes
|
Êx
|
40
|
1450 -15410
|
Levítico
|
Vayikra
|
E chamou
|
Lv
|
27
|
1450 -15410
|
Números
|
B’midbar
|
No deserto
|
Nm
|
36
|
1450 -15410
|
Deuteronômio
|
D’varim
|
Palavra
|
Dt
|
34
|
1410
|
Históricos
|
|||||
Livro
|
Nome Original
|
Significado mais
Próximo
|
Abrev.
|
Cap.
|
Data Aprox. a. C.
|
Josué
|
Y’hoshua
|
Javé é Salvação
|
Js
|
24
|
1400 - 1370
|
Juízes
|
Shof’tim
|
Juízes
|
Jz
|
21
|
1050 - 1000
|
Rute
|
Rahuth
|
Vistosa ou amiga
|
Rt
|
4
|
1000
|
1º Samuel
|
Sh’um’el Alef
|
Ouvido por Deus
|
1º Sm
|
31
|
930
|
2º Samuel
|
Sh’um’el Bet
|
Ouvido por Deus
|
2º Sm
|
24
|
930
|
1º Reis
|
M’lakhim Alef
|
Reis
|
1º Rs
|
22
|
550
|
2º Reis
|
M’lakhim Bet
|
Reis
|
2º Rs
|
25
|
550
|
1º Crônicas
|
Divrei-Ha Yamim Alef
|
As palavras
|
1º Cr
|
29
|
450 – 425
|
2º Crônicas
|
Divrei-Ha Yamim Bet
|
As palavras
|
2º Cr
|
36
|
450 – 425
|
Esdras
|
‘Ezra
|
Auxilio
|
Ed
|
10
|
450 - 444
|
Neemias
|
Nechemyah
|
Um a quem Jeová conforta
|
Ne
|
13
|
445 – 425
|
Ester
|
Ester
|
Estrela
|
Et
|
10
|
465
|
Poéticos / de Sabedoria
|
|||||
Livro
|
Nome Original
|
Significado mais
Próximo
|
Abrev.
|
Cap.
|
Data Aprox. a. C.
|
Jó
|
Iyov
|
Retornando
|
Jó
|
42
|
Não se sabe
|
Salmos
|
Tehillim
|
Cântico de Louvores
|
Sl
|
150
|
Várias dif.
|
Provérbios
|
Mashal
|
Comparação
|
Pv
|
31
|
950 - 700
|
Eclesiastes
|
Kohelet
|
Aquele que fala a uma assembléia
|
Ec
|
12
|
586 - 585
|
Profetas Maiores
|
|||||
Livro
|
Nome Original
|
Significado mais
Próximo
|
Abrev.
|
Cap.
|
Data Aprox. a. C.
|
Isaías
|
Yesha’yahu
|
Salvação de Jeová
|
Is
|
66
|
740 – 680
|
Jeremias
|
Yirmeyahu
|
Aquele que Jeová estabelece
|
Jr
|
52
|
627 – 585
|
Ezequiel
|
Yechezk’el
|
Deus é forte ou fortalece
|
Ez
|
48
|
592 - 520
|
Daniel
|
Dani’el
|
Deus é meu Juiz
|
Dn
|
12
|
537
|
Profetas Menores
|
|||||
Livro
|
Nome Original
|
Significado mais
Próximo
|
Abrev.
|
Cap.
|
Data Aprox. a. C.
|
Oséias
|
Hoshe’a
|
Salvação
|
Os
|
14
|
710
|
Joel
|
Yo’el
|
Quem tem Jeová como Deus ou
Adorador de Jeová
|
Jl
|
3
|
835
|
Amós
|
‘Amos
|
Fardo
|
Am
|
9
|
755
|
Obadia
|
‘Ovadyah
|
Adorador de Jeová
|
Ob
|
1
|
841? 586?
|
Jonas
|
Yonah
|
Pomba
|
Jn
|
4
|
760
|
Miquéias
|
Mikhah
|
Quem é semelhante a Jeová?
|
Mq
|
7
|
700
|
Naum
|
Nachum
|
Consolo
|
Na
|
3
|
663 – 612
|
Habacuque
|
Havakuk
|
Abraço de amor ou abraçador
|
Hc
|
3
|
606 – 604
|
Sofonias
|
Tz’fanyah
|
Aquele a quem Jeová oculta
|
Sf
|
3
|
625
|
Ageu
|
Hagai
|
Festivo
|
Ag
|
2
|
520
|
Zacarias
|
Z’kharyah
|
Lembrado de Jeová ou Javé lembra
|
Zc
|
14
|
520 – 518
|
Malaquias
|
Mal’akhi
|
Mensageiro de Jeová
|
Ml
|
4
|
450 - 400
|
Total de livros do Antigo
Testamento
|
39
|
PROFETAS
MAIORES E MENORES
PROFETAS MAIORES E REGIÕES ONDE
PROFETIZARAM
|
|
Isaías
|
Reino do Sul, mas para todo o
Israel
|
Jeremias
|
Reino do Sul
|
Ezequiel
|
Cativeiro Babilônico –
contemporâneo de Jeremias e Daniel
|
Daniel
|
Cativeiro Babilônico – 1ª deportação 605 a. C.
|
PROFETAS MENORES E REGIÕES ONDE
PROFETIZARAM
|
|
Oséias
|
Reino do Norte – para as dez
tribos de Israel. Contemporâneo de Amós
|
Joel
|
Reino do Sul
|
Amós
|
Reino do Norte
|
Obadia
|
Reino do Sul
|
Jonas
|
Reino do Norte
|
Miquéias
|
Reino do Sul
|
Naum
|
Reino do Sul
|
Habacuque
|
Reino do Sul – pouco antes da invasão de Judá 605 a. C.
|
Sofonias
|
Reino do Sul
|
Ageu
|
Pós – exílio – Jerusalém – Contemporâneo de Zacarias
|
Zacarias
|
Pós – exílio - quando +/- 50.000
judeus voltaram da Babilônia
|
Malaquias
|
100 anos após o exílio – Jerusalém
|
ISRAEL
1.
Profetas
no Norte de Israel – Jonas 760 a. C. – Amós 755 a. C. – Oséias
710 a. C. Profetas do Sul (Judá) –
Obadias 841 ou 486 a. C. – Joel 835 a. C. – Miqueias 700 a. C. – Naum 663 – 612
a. C. – Habacuque 606 - 604 a. C. – Sofonias 625 a. C. Profetas após o exílio – Ageu 520 a. C. – Zacarias 520 - 518 a. C.
– 450 - 400 a. C..
2.
As doze tribos de Israel vieram de Abraão,
Isaque e Jacó. Elas se organizavam no deserto do Sinai orientado pelos
pontos cardiais.
Sul – Rúben, Simeão e Gade
Norte – Naftali, Aser e Dã
Leste – Benjamim, Manassés e Efraim
Oeste – Judá, Issacar e Zebulom.
3.
Ao redor do tabernáculo ficava Moisés,
Arão, os filhos de Levi (Merari) e os filhos de Arão que eram sacerdotes (Coate
e Gersom). Eles ficavam em volta do Santuário para evitar a profanação,
facilitar os trabalhos diários e prontidão na montagem e desmontagem do
Tabernáculo. Nm 1.50.
Fonte: Revista da
Escola Bíblica out/Nov 2016. Pág. 11, IBMC.
4.
Depois que o povo saiu do Egito
peregrinou por 40 anos no deserto do Sinai. Após, entrou na terra prometida e a
conquistou. Em seguida, foi julgado pelos juízes e juíza Débora, sendo Samuel o
último juiz. Deste ponto em diante o povo rejeitou a Teocracia (Deus no governo
do povo) pedindo um rei. São os reis de Israel:
Reino Unificado – Saul, Davi e Salomão.
Reino do Norte (ou Israel) – Jeroboão I, Nadabe, Baasa,
Elá, Zinri, Tibni, Onri, Acabe, Acazias, Jorão, Jeú, Jeoacaz, Jeoás, Jeroboão
II, Zacarias, Salum, Menaém, Pecaías, Peca, Oséias.
Reino do Sul (ou Judá) – Roboão, Abias, Asa, Josafá,
Jeorão, Acazias, Atalia (rainha), Joás, Amazias, Uzias, (azarias), Jotão, Acaz,
Ezequias, Manassés, Amom, Josias, Jeocaz, Jeoaquim, Joaquim, Zedequias.
5.
De todos os reis apenas nove se
destacaram demonstrando ter coerência com a fé em Jeová. São eles: Davi,
Salomão, Asa, Josafá, Joás, Uzias, Jotão, Ezequias e Josias.
Fonte:
Bíblia anotada Mundo Cristão. Pág. 328.
PERÍODO
INTERTESTAMENTÁRIO
Foi
um período entre o AT e NT chamado de “anos de silêncio”. O fato de ser
considerado aproximadamente 400 anos de silêncio é devido neste tempo num
profeta ter sido inspirado pelo Senhor. Nesta época observa-se:
ü Império
Persa 400 a 330 a. C. – domínio de 100 anos sobre a Judéia após o tempo de
Neemias;
ü Redação
de livros apócrifos (sem inspiração), apenas com valor histórico: – 1º e 2º
Esdras, Tobias, Judite, adições ao livro de Ester, Sabedoria de Salomão,
Eclesiástico, Baruque, Epístola de Jeremias, Canção dos Três Jovens, Susana,
Bel e o Dragão, Oração de Manassés e 1º e 2º Macabeus;
ü Os
gregos – Alexandre, o grande, começou pela Ásia Menor em 333 a. C. - Daniel 8;
ü Tradução
do AT em uma versão grega chamada de Septuaginta;
ü A
Judéia sob o governo dos Ptolomeus (gregos);
ü A
Judéia sob o governo dos selêucidas (Sírios);
ü Profanação
do Templo com sacrifício de carne de porco;
ü Os
Macabeus – Revoltosos judeus que assumiram o poder;
ü Purificação
do Templo;
ü Construção
do Templo de Herodes em 19 a. C.
ü Roma
– Pompeu invade a Judeia com as legiões romanas (os pés de ferro e barro
descritos em Daniel é o império romano que até hoje exerce influencia) e;
ü Grupos
religiosos Judaicos que surgiram nesta época: Fariseus, saduceus, essênios,
escriba e herodianos.
Fariseus – Descendentes
espirituais dos judeus piedosos. No tempo de Jesus controlavam as sinagogas.
Saduceus – Eram na maioria
abastados com cargos importantes e negavam a autoridade da tradição e
considerava suspeita qualquer revelação posterior à lei mosaica. Não criam em
ressurreição e anjos ou espíritos. No tempo de Jesus administravam o Templo.
Essênios – Grupo que reagiu de
forma ascética contra o formalismo dos fariseus e ao mundanismo dos saduceus. Ocupavam-se
da leitura e meditação (estudo) das Escrituras. Condenavam a guerra e a
escravidão e eram dedicados e piedosos. Foram eles quem escreveram os achados
do AT nas cavernas de Qumran.
Escribas – Não era uma seita,
porém membros de uma classe profissional que copiavam a Lei. Por serem
envolvidos com seu trabalho relativo à Lei, foram reconhecidos como mestres e
se assemelhavam com os fariseus, embora não se associassem.
Herodianos – Judeus cooperadores
de Roma. Eram um partido político e não uma seita que ajudavam romanizar os
judeus.
São quatro fatores que contribuíram
direta ou indiretamente para a chegada do Messias:
1.
Ciro, o persa, proclama o regresso do
restante dos judeus para Jerusalém;
2.
A conquista grega de Alexandre, o
grande, proporcionou a expansão da língua grega;
3.
Os Romanos conquistaram os gregos e
trouxeram um governo vasto, estável com leis uniforme. Também, conservou a
língua grega (grego coine – ou comum) como idioma comercial. Abriu estradas que
começava na capital Roma por todos os domínios do império (daí que veio o
ditado: “todos os caminhos levam a Roma”);
4.
A dispersão dos judeus - acabou
anunciando a esperança Messiânica e as Escrituras em muitos lugares. Vejam
evidencias disto: A visita dos magos do oriente, Mt 2.1 a 12. Também, Jo 12.20
e At 3.5 e 6.
NOVO TESTAMENTO
A disposição dos livros do NT é uma ordem lógica e não cronológica.
Começa pela vida e obras de Jesus, Atos, as cartas e por fim, a Revelação do
futuro.
EVANGELHOS
|
|||||
Livro
|
Nome Original
|
Autor
|
Abrev.
|
Cap.
|
Data Aprox. d. C.
|
Mateus
|
Kata Maqqaion
|
Apóstolo Mateus,
discípulo de Jesus
|
Mt
|
28
|
50 - 60
|
Marcos
|
Kata Markon
|
Marcos, discípulo
do apóstolo Pedro
|
Mc
|
16
|
50 – 60
|
Lucas
|
Kata Loukan
|
Lucas, historiador e
médico do apóstolo Paulo
|
Lc
|
24
|
60
|
João
|
Kata Iwannhn
|
Apóstolo João, o discípulo
de Jesus
|
Jo
|
21
|
85 - 90
|
HISTÓRICO
|
|||||
Livro
|
Nome Original
|
Autor
|
Abrev.
|
Cap.
|
Data Aprox. d. C.
|
Atos dos Apóstolos
|
Praxeis Apostolwn
|
Lucas, historiador e
médico do apóstolo Paulo
|
At
|
28
|
61
|
CARTAS GERAIS DE PAULO
|
|||||
Livro
|
Nome Original
|
Autor
|
Abrev.
|
Cap.
|
Data aprox.
d. C.
|
Romanos
|
ProV RwmaiouV
|
Apóstolo Paulo
|
Rm
|
16
|
57 – 58
|
1ª
Coríntios
|
ProV Korinqious a
|
Apóstolo Paulo
|
1ª Co
|
16
|
55
|
2ª coríntios
|
ProV Korinqious b
|
Apóstolo Paulo
|
2ª Co
|
13
|
56
|
Gálatas
|
ProV GalataV
|
Apóstolo Paulo
|
Gl
|
6
|
49
|
Efésios
|
ProV Efesious
|
Apóstolo Paulo
|
Ef
|
6
|
61
|
Filipenses
|
ProV FilipphsiouV
|
Apóstolo Paulo
|
Fl
|
4
|
63
|
Colossenses
|
ProV KolossaeiV
|
Apóstolo Paulo
|
Cl
|
4
|
61
|
1ª
Tessalonicenses
|
ProV Qessalonikeis a
|
Apóstolo Paulo
|
1ª Ts
|
5
|
51
|
2ª Tessalonicenses
|
ProV Qessalonikeis b
|
Apóstolo Paulo
|
2ª Ts
|
3
|
51
|
CARTAS INDIVIDUAIS DE PAULO
|
|||||
Livro
|
Nome Original
|
Autor
|
Abrev.
|
Cap.
|
Data aprox.
d. C.
|
1ª Timóteo
|
ProV Timoqeon a
|
Apóstolo Paulo
|
1ª Tm
|
6
|
63 – 66
|
2ª
Timóteo
|
ProV Timoqeon b
|
Apóstolo Paulo
|
2ª Tm
|
4
|
67
|
Tito
|
ProV Titon
|
Apóstolo Paulo
|
Tt
|
3
|
63 – 66
|
Filemom
|
ProV Filhmona
|
Apóstolo Paulo
|
Fl
|
1
|
63
|
CARTAS GERAIS / UNIVERSAIS
|
|||||
Livro
|
Nome Original
|
Autor
|
Abrev.
|
Cap.
|
Data aprox.
d. C.
|
Hebreus
|
ProV EbraiouV
|
Desconhecido
|
Hb
|
13
|
64 – 68
|
Tiago
|
Iakwb0u
|
Tiago, meio-irmão do Senhor.
|
Tg
|
5
|
45 – 49
|
1ª Pedro
|
Petrou a
|
Apóstolo Pedro
|
1ª Pe
|
5
|
63 – 64
|
2ª Pedro
|
Petrou b
|
Apóstolo Pedro
|
2ª Pe
|
3
|
66
|
1ª João
|
Iwannou a
|
Apóstolo João
|
1ª Jo
|
5
|
90
|
2ª João
|
Iwannoub
|
Apóstolo João
|
2ª Jo
|
1
|
90
|
3ª João
|
Iwannou g
|
Apóstolo João
|
3ª Jo
|
1
|
90
|
Judas
|
Iouda
|
Judas, meio-irmão do Senhor.
|
Jd
|
1
|
70 – 80
|
REVELAÇÃO OU PROFÉTICO
|
|||||
Livro
|
Nome Original
|
Autor
|
Abrev.
|
Cap.
|
Data aprox.
d. C.
|
Apocalipse
|
ApokaluyiV Iwannou
|
Apóstolo João
|
Ap
|
22
|
90
|
Total de livros do Novo Testamento
|
27
|
ORDEM
CRONOLÓGICA – Livros do NT
ORDEM CRONOLÓGICA (a mais aceita)
|
|||
ORD
|
LIVRO
|
DATA APROX.
d. C.
|
SITUAÇÃO
|
01
|
Tiago
|
45 – 49
|
Destinado às doze tribo de Israel
|
02
|
Gálatas
|
49
|
Em viagens missionárias
|
03
|
1ª e 2ª Tessalonicenses
|
51
|
Em viagens missionárias
|
04
|
Evangelho Segundo Marcos
|
60
|
Atendeu aos crentes em geral. 36
citações do AT
|
05
|
Evangelho Segundo Mateus
|
60
|
Atendeu aos Judeus. 53 citações do AT
|
06
|
1ª e 2ª Coríntios
|
55 e 56
|
Em viagens missionárias
|
07
|
Romanos
|
57 – 58
|
Em viagens missionárias
|
08
|
Evangelho Segundo Lucas
|
60
|
Atendeu ao advogado de Paulo. 25
citações do AT
|
09
|
Atos dos Apóstolos
|
61
|
Historicidade da Igreja primitiva
|
10
|
Colossenses e Efésios
|
61
|
Cartas da 2ª prisão
|
11
|
Filipenses e Filemom
|
63
|
Cartas da 2ª prisão
|
12
|
1ª Pedro
|
63 – 64
|
Crentes: Ponto, Galácia,
Capatócia, Ásia e Bitínia.
|
13
|
1ª Timóteo e Tito
|
63 – 66
|
Em liberdade da 2ª prisão
|
14
|
Hebreus
|
64 – 68
|
Destinada aos judeus
|
15
|
2ª Pedro
|
66
|
Aos cristãos que imitavam e/ou tinham fé igual a dos
apóstolos
|
16
|
2º Timóteo
|
67
|
Carta da 3ª Prisão
|
17
|
Judas
|
70 – 80
|
Aos cristãos que foram chamados ao conhecimento de Deus
em Cristo.
|
18
|
Evangelho Segundo João
|
85 – 90
|
Apresenta uma visão de águia. 20
citações do AT
|
19
|
1ª, 2ª e 3ª João
|
90
|
Aos Crentes que tinham comunhão com a Igreja e com o Pai,
Filho e Espírito Santo.
|
20
|
Apocalipse
|
90
|
Escravo em uma mina de cobre na
Ilha de Patmos
|
Fonte: Bíblia
Anotada e Expandida - Mundo Cristão
|
ALIANÇAS
DE DEUS
O cristianismo de modo geral vê o AT
como sendo o portador da velha aliança e o NT como portadora da nova aliança.
Para uma melhor compreensão desta verdade vamos considerar o episódio
registrado em João capítulo 2.1 a 11. De fato ao AT testamento foi sempre um
“vinho bom” ou ainda “águas vivas” devido a misericórdia de Deus. Nesta aliança
o Senhor conduziu e preservou a raça humana de sorte que lhes ofereceu salvação
oportuna, em particular com Israel que sacrificava animais para remissão de
pecados. O período do Antigo Testamento ou velha aliança, ou ainda simplesmente
Aliança, compreende a queda do homem até a crucificação de Jesus. No AT a Lei
estava em tábuas de pedras.
Mas o “vinho novo” ou as
“águas vivificantes movidas pelo Espírito Santo”, ou seja, o próprio Jesus,
cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, são ainda infinitamente melhores.
Pois é através da nova e eterna aliança, o sangue de Jesus Cristo (sua morte
vicária) é que Deus conclui seu plano de salvação o disponibilizado a toda
humanidade. Não bastasse, Deus
ressuscitou seu filho dos mortos e o colocou exaltado à sua destra no trono,
lhe dando todo poder e autoridade sobre tudo. Já no NT o templo de Deus somos
nós e a Sua Lei está escrita em nossos corações.
7 -... Jesus lhes disse: Enchei de água as
talhas. E eles as encheram totalmente.
8 - Então, lhes determinou: Tirai agora e
levai ao mestre-sala. Eles o fizeram.
9 - Tendo o mestre-sala provado a água transformada em vinho (não sabendo
donde viera, se bem que o sabiam os serventes que haviam tirado a água), chamou
o noivo
10 - e lhe disse: Todos costumam pôr primeiro o bom vinho e, quando já
beberam fartamente, servem o inferior; tu, porém, guardaste o bom vinho até agora...
Sombras
da aliança eterna
Deus ao
longo da humanidade deu testemunho de sua boa intenção para conosco. Podemos
falar que as alianças feitas no passado refretem a plenitude da aliança eterna
feita em Jesus. Podemos citar a aliança adâmica (promulgada no veredito do
Éden), a aliança com Noé (promulgada após o dilúvio), a aliança feita com
Abraão (após sua obediência em sacrificar seu filho, o que foi interrompido
pelo próprio Deus) e a aliança com Moisés e o povo (durante a caminhada pelo
deserto do Sinai). Todas estas manifestações divinas apontavam para Jesus, a
aliança eterna.
O
CÂNON DA BÍBLIA
Para o cristianismo a
expressão “cânon” refere-se a coleção de livros reconhecidas pela Igreja
primitiva como espirituais, superiores aos demais livros e que norteava suas regras
de fé e práticas. É obvio que depois de escritos os livros bíblicos não foram
reunidos de imediato. Levaram anos para que fossem reconhecidos e se tornassem uma
só obra, embora de início já fossem reconhecidos quais os inspirados pelo
Espírito Santo. Ainda assim, grupos não aceitavam todo o cânon fazendo
distinção de livros e livros por não acharem que todos tinha importância
universal, mas apenas local. Havia tanto
entre os judeus como entre os cristãos muitas outras literaturas de fé judaica -
cristã e o processo do reconhecimento e aceitação universal do cânon foi de
grande importância.
A palavra cânon tem origem
grega e, possivelmente, também hebraica. Do grego “kanõn”, uma medida de
carpinteiro. Do hebraico “qãneh” uma vara de carpinteiro com seis côvados.
Qualquer religião que possui
instrução tem seus escritos ou cânones. E o uso de um cânon serve para o uso da
liturgia, renovação da fé, adoração, evangelização, autoridade de fé e prática.
No caso a Bíblia para os cristãos serve para direcionar a liturgia de nossos
cultos, avivar nossa fé, ensinar o bem e a adoração, nos apresentar o Criador,
nos oferece salvador, nos impulsionar para fazer discípulos e nos garante regra
de fé e prática para todas as fases da vida.
A necessidade de um cânon
para o desenvolvimento da religião judaica não eram tão importante assim, porém
a situação mudou quando no período intertestamentário surgiram muitas
literaturas. Os judeus já tinham excluído outras tantas literaturas não
inspiradas e se tornou necessário saber novamente qual eram os limites da
revelação divina. Esta árdua, porém providencial tarefa divina terminou o cânon
do AT no século I.
Já o NT só apresentou como
uma lista completa dos 27 livros que temos hoje, em 367 d. C. numa carta de
Atanásio, bispo de Alexandria. Antes disto houve algumas resistências,
inclusive com Apocalipses. Já depois disto os livros inspirados foram
misturados como diversos outros comentários dos pais da Igreja. Somente no concílio de Cartago é que foi orientado
que não mais lessem nos cultos qualquer outra carta dos pais da igreja como
sendo Escrituras inspiradas, mas considerassem inspirados apenas os 27 livros que temos hoje.
Assim inserido numa questão histórica da própria Igreja, o cânon do NT foi um processo
que levou anos.
COMO
LER E UTILIZAR A BÍBLIA
Este último tópico da
apostila parece ser chuva no molhado. Qualquer crente pode dizer: Eu sei ler a Bíblia. É claro que sabe se
de fato já aceitou Jesus como seu senhor e salvador. Pois os salvos possuem a
presença do Espírito Santo que lhes é um professor que ensina e conduz a toda
verdade.
Então não vamos ensinar a
ler a Bíblia, mas apenas dar algumas dicas fáceis:
1. Crer
nas Escrituras sabendo que Deus é perfeito e se revela nela, portanto com temor
e tremor;
2. Orar
ante e após a leitura bíblica;
3. Ler
devagar e várias vezes o mesmo texto para compreender sua comunicação escrita, ou
seja, seu “português”;
4. Anotar
sempre que possível o que foi mais importante para você naquele momento;
5. Meditar
no que leu ou examinar de novo. (A palavra mais apropriada é ruminar que
significa mastigar novamente, como faz os runinadores. Ex. vacas). Outra forma
de entender isto seria com os verbos analisar, interpreta à luz da própria
Bíblia (porque a Bíblia explica a Bíblia), internalizar, se alimentar com
profundidade espiritual sem extremismos;
6. Deixar
que a Palavra de Deus te transforme em uma ovelha obediente a Jesus em sua nova
forma de pensar, viver, andar, sentir, agir, etc.;
7. Criar
hábito de ler a Bíblia, principalmente de forma sistemática e devocional;
8. Fazer
perguntas de dúvida metódica à Palavra para descobrir (com reverência): O que
está acontecendo ali no texto? Para quem foi aquela mensagem? Qual foi o
conteúdo da mensagem? Em quais outros lugares na Bíblia encontramos o mesmo
teor? Quem são o escritor e ouvinte? Que significado tem com a salvação? O que
li, a Bíblia está aprovando ou reprovando entre os homens? Qual é o enredo?
Quais são os personagens? Que valores tinham para eles a mensagem? E para nós
hoje, quais os valores que podemos extrair? Etc.;
9. Nunca
fazer doutrinas isoladas, principalmente dos livros históricos como Reis,
Crônicas, Atos e outros;
10. Use
meios Mnemônicos para estudar a Bíblia. São métodos de repetição, assimilação,
cópias, paralelismos que ajudam na memorização de versículos, passagens e
outros pontos difíceis. Exemplos: o número 07 significa perfeição em Apocalipse
e o número 40 significa propósito no AT; geralmente nove citações pode
significar uma lista bem maior (ex. Gl 5.22 e23); memorizar Jo 3.16 e 1ª Tm
3.16; marcar todas as passagens do Espírito Santo com um lápis colorido; identificar
a palavra chave que ajuda a entender o texto como em 1ª Co 13 – “amor”; Copiar duas
vezes o Salmo um; cantar um salmo; colocar em ordem cronológica os fatos; usar
desenhos para guardar os nomes e mensagens dos profetas menores; etc.;
11. Nunca
ler sem ler o contexto, ou seja, o que vem antes e depois do texto lido;
12. Após
ler e for passar o que aprendeu com a leitura bíblia, não sai do contexto e
forme um pretexto para direcionar algo a alguém. Também, não sai do contexto para
que não seja um pregador incoerente com o texto lido. Fale pouco, mas fale
acertado com a Palavra de Deus e;
13.
Por fim, viva o que prega. E pregue a verdade
da palavra com amor e misericórdia.
“A lei do Senhor
é perfeita e restaura a alma; o testemunho do Senhor é fiel e dá sabedoria aos
símplices. Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; o mandamento
do Senhor é puro e ilumina os olhos.”
Salmo
19. 7 e 8.
BIBLIOGRAFIA
|
ARENHOEVEL,
Diego. Assim se formou a Bíblia. Edições Paulinas. 1978. SP.
|
Bíblia
Anotada Mundo Expandida Cristão. Mundo Cristão e SBB, Charles C. Ryrie.
|
Bíblia
com recursos adicionais. SBU, 2013.
|
Bíblia
de Referencia Thompson com versículos em cadeia temática. Frank Charles
Thompson D.D. Ph.D. Editora Vida.
|
Bíblia
Judaica Completa; 5ª impr.; 2015. Editora Vida.
|
Bíblia.
1990, Versão Revisada – Imprensa Bíblica Brasileira.
|
CARNEIRO,
Rosiê Maximiano. Apostila de Bibliologia. IEQ; SGEC. 2003. Curitiba.
|
Consulta:
http://ibc.org.br/wp-content/uploads/2012/07/Bibliologia2013.pdf - 28/10/2016
|
Consulta:
http://www.dicionarioetimologico.com.br/biblia/ out/2016.
|
Consulta:
http://www.universidadedabiblia.com.br/bibliologia/ - 08/10/2016
|
Consulta:
www.faeteo.com.br/faculdade/?page_id=3654 - 10/102016
|
Dicionário
Brasileiro da Língua Portuguesa – Barsa, 1994, livro 1, pág.273.
|
Dicionário
de Teologia, Editora Vida, 2001, tradução de José Ribeiro.
|
ELWELL,
A. Walter. Enciclopédia-Histórica – Teológica da Igreja Cristã. 1993 Vol. I
A-D, pág. 177 a 179.
|
FEE,
Gordon D. e STUART, Douglas. Entendes o que lês? Socied. Rel. Ed. Vida Nova.
|
FHARIA,
Demétrio. Dicionário da Bíblia. Editora AME; 1982.
|
Apostila
elaborada para atender ao Curso Básico em Teologia, sem fins lucrativos.
MARANATA – Ora vem
Senhor Jesus!